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Lugano diz que Ronaldo foi 'humilhado' e desabafa sobre situação do futebol brasileiro: 'Tapa na cara do torcedor' 32k1d

Ídolo do São Paulo e comentarista dos canais Disney, Diego Lugano criticou a forma como Ronaldo Fenômeno foi tratado pelas pessoas do meio do futebol ao tentar uma candidatura à presidência da CBF.

Durante o Resenha da Rodada da última segunda-feira (19), o uruguaio criticou os “vícios” das federações sul-americanas e também relembrou a “batalha” que viveu contra as antigas lideranças do futebol em seu país.

“É um tapa na cara do torcedor brasileiro, na camisa mais vitoriosa da história do futebol mundial, mais respeitada, mais querida ainda. E, realmente, uma humilhação para os jogadores que deram essa glória ao futebol brasileiro”, iniciou.

“Eu tenho experiência, vocês sabem, específica, no Uruguai, do que os jogadores poderiam e deveriam fazer, todas as associações e federações da América do Sul, do mundo Fifa, ainda têm vícios do século ado que vão se alastrando neste novo mundo, mas que vai acabando”.

“E um dos jeitos (disso acabar) é com a participação direta do que é o grupo de interesses, liderado pelo grupo de jogadores, e também, como no Uruguai, liderado por árbitros e treinadores, que co-dirigem e co-governam”.

“Como? Atrás de ações, de congressos, onde o jogador tem participação, voz e voto para resolver tudo para não ar pela humilhação que ou um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, o Ronaldo, que quis se apresentar e ninguém recebeu ele. Se fosse no Uruguai, nós jogadores, por exemplo, o nosso voto no congresso, que a gente ganhou na força, não foi por política, foi chutando a porta”.

Entre o final dos anos 2000 e a década de 2010, Lugano e outros astros da seleção uruguaia se voltaram contra lideranças que vinham se revezando no poder à frente da Associação Uruguaia de Futebol, que terminou com uma intervenção da Fifa, em 2019.

Na oportunidade, Lugano foi, inclusive, cotado para se candidatar à presidência da entidade. No entanto, o ex-zagueiro desistiu de concorrer ao pleito e permaneceu com o cargo de superintendente de relações institucionais que tinha no São Paulo.

“No momento, os jogadores vão no caminho correto, apostando na Fifa, como fizemos nós no Uruguai, como funciona na Espanha, na França...Fifa, venha ver como funciona aqui, isso está contra o seu estatuto, Fifa. E aqui não acontece no Brasil”, seguiu Lugano, que apontou alguns nomes que poderiam ajudar a fortalecer a luta dos jogadores e voltou a relembrar o que viveu no Uruguai.

“Por que não? Por que no Uruguai, que somos um país de terceiro mundo...assim é simples...juntem três, quatro, cinco craques de personalidade, com história e que realmente queiram o bem do futebol brasileiro, eu sei por que no Uruguai ou o mesmo”.

“Eu senti a camisa, eu fui campeão, senti o povo me abraçar, eu sei o que se sente. Dunga sabe, Luís Fabiano sabe, Cafu sabe. Nenhum dos cartolas sabem. E não falo que os jogadores dominem, vamos trocar ideia...”, finalizou.