Promessa das categorias de base do Fluminense, Marlon foi destaque no vice-campeonato mundial sub-20 de 2015, realizado na Nova Zelândia. Um ano após o torneio, ele foi contratado pelo Barcelona.
Na Espanha, o zagueiro de 23 anos começou na equipe B, mas depois foi para o time principal, pelo qual fez vários amistosos e três jogos oficiais (um pela Champions League e dois por LaLiga). No Camp Nou, ele atuou ao lado de craques como Messi, Neymar e Suárez.
"Quando menos esperei surgiu uma ligação para o meu empresário com uma proposta do Barcelona. Meus olhos brilharam por poder realizar essa chance de realizar um sonho de menino", disse, ao ESPN.com.br.
Para conseguir mais minutos em campo, ele foi emprestado na temporada seguinte para o Nice, da França, antes de ser vendido ao Sassuolo, da Itália."Fui super bem recebido, é um clube que tenho me identificado e um carinho imenso", falou.
Em seu ano de estreia na Itália, ele disputou 18 partidas e fez um gol pela equipe que ficou na 11ª posição na Série A.
Veja a entrevista de Marlon:
Fale sobre seu início no futebol?
Eu comecei jogando com sete nos no Bangu e morava perto. Depois, fui ao Madureira e Botafogo e depois para o Vasco. Foi onde tudo começou a andar com mais força. Cheguei em 2009 e sai com 14 anos. Depois fui ao Fluminense.
Você sempre foi zagueiro?
Eu era volante quando cheguei ao Flu, mas com 17 anos, o treinador Bruno Petri me viu jogando com o Klauss Câmara. Eles disseram que eu deveria ser zagueiro e essa seria a posição que seria um profissional de alto rendimento. Nos primeiros meses foram bem complicados porque gostava muito de ser volante.
Como foram os primeiros sos no time principal?
Aos 18, já fui para o profissional na Vila Belmiro com Abel Braga, em 2012. A estreia foi em São Paulo x Flu no Maracanã e o Elivélton sentiu uma lesão. Eu não tinha sido escolhido pelo Cristóvão Borges para ir aquecer, mas fui chamado. Eu entrei e tudo começou. Em 2014 comecei jogando até o final do ano.
E a agem pelo Fluminense?
Jogar pelo Flu foi muito bom porque foi um processo de aprendizado a amadurecimento. Foi muito importante para a minha carreira e como pessoa. Foi o clube que me formou e me deu toda estrutura para melhorar. Aprendi muito jogando com caras como Fred, Wagner, Sóbis e Ronaldinho.
Quando começou a ser chamado para a seleção de base?
Primeira convocação foi pelo sub-20 em 2014 e depois fui o Mundial sub-20 de 2015. Fomos vice-campeões mundiais na Nova Zelândia e perdemos para a Sérvia na final.
Te surpreendeu a oferta do Barcelona?
Antes de ir para o Barcelona, teve algumas conversas de outros clubes que eram bons e grandes. Tudo começou depois dos jogos pelo Flu e seleção. Os olheiros sempre estão te vendo. Quando menos esperei surgiu uma ligação para o meu empresário com uma proposta do Barcelona. Meus olhos brilharam por poder realizar essa chance de realizar um sonho de menino. Eu estava no banco e vi como uma grande chance. Fomos campeões da Copa do Rei, joguei Champions, Liga Espanhola e amistosos de pré temporada. A chegada em Barcelona foi um sonho realizado. Na hora que soube isso não quis saber de valores ou outras coisas. Só queria ir para lá e minha família me apoiou muito.
Depois de uma temporada você foi para o Nice. Como foi lá?
Eu estava na pré-temporada e nos últimos dias de janela. Eu recebi a ligação e fiquei feliz e entrei em contato com o Dante para ver como era o time estrutura. Ele encheu a bola do clube e tinha um treinador muito capacitado que é o Favre. Fizemos um bom campeonato, foi um clube que acolheu muito bem. Fui para lá para pegar mais experiência e poder jogar. Pude atuar com grandes nomes como Sneijder, Dante e Balotelli.
Como era o Balotelli?
Muito humilde, gente boa e bom de grupo. Tinha muita força física e não tinha bola perdida. Nunca vi um cara com tanta vontade de vencer...
Como surgiu o Sassuolo na sua vida? Por que deixou o Barcelona?
O Sassuolo surgiu estava fazendo pré-temporada nos EUA com o Barcelona. E logo depois que cheguei, o Sassuolo fez uma oferta ao Barcelona e eu minha família e meus representantes vimos com bons olhos. Juntamente com os dirigentes do clube, estou muito feliz. Fui super bem recebido, é um clube que tenho me identificado e um carinho imenso, espero poder ajudar o clube aqui a cada dia. Estou muito à vontade.
Você está em um futebol conhecido por ter grandes zagueiros e se preocupar com a defesa...
A Itália é um jogo de xadrez o tempo todo, ainda mais para nós que somos defensores. É uma coisa que você aprende a se posicionar, sair para antecipar uma bola na hora certa. Acaba que você amadurece muito com o jogo italiano.
Como avalia a última temporada do Sassuolo?
Fizemos uma boa campanha, mas queríamos ter ido mais longe. Me marcou o primeiro gol que marquei como profissional contra o Bologna. Meu filho estava para nascer e pude homenageá-los.
Como foi o duelo com o Ronaldo e a Juventus?
É bacana, sempre prazeroso enfrentar grandes jogadores. Poderíamos ter feito um bom jogo no primeiro, mas infelizmente sabíamos que seria complicado. A experiência é única porque é um dos melhores jogadores do mundo. se faz de morto o tempo todo e você tem que estar sempre ligado. Estava há quatro jogos sem marcar, mas fez dois contra a gente (risos). Ele é imprevisível, você acha que ele está mal, mas ele á a volta por cima.
Quem é mais difícil de marcar: Messi ou Cristiano Ronaldo?
É difícil de falar porque só treinei contra o Messi. É diferente dos jogos. Mas pelas características, o mais complicado acredito que seja o Messi.
Tem planos de servir a seleção brasileira?
Toda as experiências que tive quero ar no Sassuolo a ajudar o clube a evoluir. Queremos alcançar objetivos maiores. O meu futuro sempre deixo nas mãos de Deus, mas sou ambicioso. Entre as minhas metas possa conseguir o novo ciclo da seleção que está sendo renovado. Fazendo meu trabalho de formiguinha aqui no clube tranquilo com meu foco de sempre possa ser lembrado por uma convocação do professor Tite.