Artilheiro da Série B do Brasileirão e peça fundamental na arrancada do Remo na competição, Pedro Rocha vive um dos momentos mais especiais da carreira. O atacante, com agens por Grêmio, Cruzeiro e Flamengo, encontrou no clube paraense um novo fôlego, identificação e, mais do que isso, uma oportunidade de fazer história.
Pedro chegou ao Remo cercado de expectativas, mas talvez nem ele mesmo imaginasse um início tão promissor – o time é vice-líder com 17 pontos, com seis gols seus. Ele tenta manter a boa fase neste domingo (1), contra o CRB, às 18h (de Brasília), com transmissão ao vivo no Disney+.
“Tem sido muito bom. Desde que cheguei fui muito bem recebido. Minha família está muito à vontade em Belém, e isso contribui diretamente para meu desempenho. Quando o ambiente está leve, tudo flui melhor”, destacou, em entrevista exclusiva à ESPN.
Apesar das agens por clubes de expressão, Pedro garante que a conexão com o Remo é especial. “Sempre que chego a um clube, procuro me identificar de verdade. E aqui não foi diferente. Me senti em casa logo nos primeiros dias. O carinho da torcida, o ambiente no vestiário… tudo contribui”, contou.
Com gols e assistências decisivas, Pedro Rocha teve influência direta para a conquista de 10 dos 17 pontos conquistados pelo Remo no campeonato, se firmando como um dos principais nomes da Série B. Mas, para ele, o segredo está na força do grupo. “Aqui tem um elenco que rema junto, literalmente. Todos trabalham por um objetivo comum, e isso potencializa o individual. Se estou bem, é muito por conta deles.”
Sobre ser o artilheiro da Série B, Pedro mantém a humildade. “Claro que fico feliz com esse momento individual, mas isso só acontece porque o coletivo está forte. Meus companheiros me ajudam muito. Quando o grupo funciona, o destaque individual é consequência.”
O maior objetivo, claro, é o o. E Pedro não esconde o sonho de colocar o Remo na elite do futebol brasileiro. “Eu penso nisso, sim. Desde que aceitei o desafio, sabia da grandeza desse clube. Vi os vídeos da torcida na conquista do o para a Série B e aquilo me tocou. Imaginar fazer parte da história levando o Remo à Série A é algo que me motiva todos os dias.”
Re-Pa ou Gre-Nal? g2012
Com agens por grandes clássicos do país, Pedro Rocha destaca a força do Re-Pa e compara a rivalidade paraense ao tradicional Gre-Nal: 'A cidade respira futebol'
Outro ponto alto em sua curta trajetória no clube foi o título estadual conquistado sobre o maior rival, o Paysandu, em um dos clássicos mais antigos do mundo: o Re-Pa – que logo ele vivenciará novamente na Série B.
“Ser campeão é sempre muito importante, e fazer isso em um clássico torna tudo ainda mais especial. Já joguei clássicos no Brasil todo, e cada um tem sua particularidade. Mas aqui a gente sente algo diferente. É como no Gre-Nal, que tem uma rivalidade histórica. Aqui em Belém, o Re-Pa tem essa força também. Em dias de clássico, a cidade respira futebol”, afirmou.
Pedro destacou ainda a paixão da torcida e o clima que envolve o confronto. “O povo é muito apaixonado. Quando não é de um lado, é do outro. Isso torna o clássico ainda mais intenso, mais marcante. Fico muito feliz e honrado de fazer parte da história do clube, especialmente em um título que tirou o Remo de uma fila de dois anos. Isso marca a carreira de qualquer jogador.”
Um dado curioso também chamou a atenção do atacante: a quantidade de vezes em que o Re-Pa já foi disputado. “Antes de vir para cá, eu não sabia, mas o Re-Pa é o clássico mais disputado do mundo. Acho que o último que a gente jogou, na final, foi o de número 777, se não me falha a memória. Isso mostra o peso desse confronto e o que ele representa para o povo de Belém.”
Torcida do Remo impressiona 1z1c4b
Atacante diz ter se emocionado com vídeos da festa remista no Mangueirão antes mesmo de com o clube e projeta novo momento histórico com a camisa azulina
Pedro também revelou que, antes mesmo de com o Leão Azul, já havia sido tocado pela paixão da torcida remista. “Vi muitos vídeos do o da Série C pra B, da festa que a torcida fez, da explosão de alegria no Mangueirão e nas ruas. Aquilo mexe com qualquer jogador. Os caras que estavam aqui e viveram aquilo falam com emoção. E eu quero viver isso também, quero estar em campo quando o Remo subir pra Série A.”
Além do desempenho em campo, Pedro também emocionou ao falar sobre a relação com o pai, que desde a base anota cada gol seu em um caderno. “É um carinho que temos desde sempre. Ele sonhou que eu fosse jogador e vive esse sonho comigo. Cada gol é registrado ali."
Quando fala da torcida, Pedro compara o calor do torcedor azulino com outras grandes massas do futebol nacional. “É difícil comparar paixões, mas o torcedor do Remo é muito presente. Lembra o do Flamengo nesse sentido, muito calor humano. É o tipo de coisa que faz a diferença dentro de campo.”
Pedro também relembrou com carinho sua agem pelo Grêmio, onde despontou como protagonista ao marcar na final da Copa do Brasil em 2016. Apesar de ter deixado o clube antes do título da CONMEBOL Libertadores, ele guarda com orgulho as experiências vividas ali. “Foi um grupo especial, que me deu visibilidade. A gente se gostava muito, trabalhava unido. Isso fez toda a diferença.”
No papo, o atacante ainda revelou os treinadores mais marcantes de sua carreira. Felipão, que lhe deu a primeira oportunidade no profissional, Roger Machado, que “ensinou tudo sobre tática”, e Renato Gaúcho, que “bancou ele em momentos difíceis”, são figuras essenciais em sua trajetória.
Já sobre a agem pelo futebol russo, onde defendeu o Spartak Moscou, Pedro reconhece os desafios de adaptação, mas valoriza a experiência. “Cheguei muito jovem e foi uma escola. Aprendi a ser mais resiliente, a lidar com a distância da família, com a frieza do ambiente. Cresci muito como homem e como jogador.”
Rumores de saída do Remo 4e5ye
Com a abertura da janela de transferências se aproximando, rumores e especulações sobre o futuro de Pedro Rocha começaram a circular – incluindo de clubes da Série A. No entanto, o atacante foi direto ao falar sobre o assunto.
“Cara, para ser sincero, não estou me inteirando realmente desse assunto. Agora que a janela vai abrir, é natural que surjam especulações, mas até agora não chegou nada pra mim.”
Apesar da fase iluminada e da valorização no mercado, Pedro mantém os pés no chão e garante que seu foco está completamente voltado ao Remo.
“Como sempre digo, meu empresário cuida dessas questões. Ele sabe o que é melhor para mim e tem minha total confiança. Mas o que eu posso afirmar é que meu foco total está aqui. Quero muito conquistar os objetivos com o Remo nesta temporada.”