Alerta de gatilho: o texto a seguir contém relatos de uso abusivo de álcool
Em entrevista ao podcast inglês High Performance, o ex-meio-campista Paul Gascoigne, uma das maiores lendas da história do futebol inglês, deu detalhes do drama que vive atualmente enquanto batalha contra o alcoolismo.
Grande nome da seleção da Inglaterra nos anos 90, "Gazza", como é conhecido, luta há décadas contra o abuso de álcool e transtornos mentais, ando por situações muito delicadas, como prisões por embriaguez e desordem, além de multas por dirigir sob efeito de substâncias proibidas.
Após perder praticamente todo o dinheiro que ganhou na carreira atuando por times como Newcastle, Tottenham, Lazio e Rangers, ele está sem casa própria e mora atualmente de favor na casa de sua empresária, Katie Davies.
Além disso, Gascoigne relatou que voltou recentemente a participar de reuniões do grupo "Alcoólicos Anônimos" para tentar se livrar do vício.
"Eu costumava ser um bêbado feliz. Agora, não sou mais... Sou um bêbado triste. Não saio e fico bebendo em casa", lamentou.
De acordo com o ex-jogador, a bebida serve para lhe "animar" quando está depressivo.
"As pessoas conhecem o Paul Gascoigne, mas o 'Gazza' ninguém conhece... Nem eu, às vezes. ei muitos anos por baixo, perdi quatro anos de futebol. Teria feito 100 jogos pela seleção", afirmou.
"Tento não ficar triste, porque o mundo já está triste o suficiente. E, quando estou triste, é quando pego a bebida para me animar", relatou.
De acordo com o próprio ex-atleta, ele já ou por reabilitações sete vezes e gastou 23 mil euros (R$ 123,57 mil) em remédios para a luta contra o alcoolismo.
Gascoigne contou que, além das reuniões do AA, vem tentando driblar a vontade de beber através do consumo de grandes quantidades de café.
De acordo com a lenda, ele toma 15 cápsulas de Mochaccino (mistura de café com cacau em pó) por dia, sendo seis antes das 10h da manhã.
No final da entrevista, "Gazza" se emocionou e disse que é "uma boa pessoa", lembrando inclusive que fez várias doações anônimas ao longo de sua carreira para instituições de caridade.
Mesmo vivendo situação dramática já há anos, ele assegurou que não vai parar de lutar.
"Guardo muitas coisas para mim, pois tenho medo de compartilhar com as pessoas. Acho que nunca vou crescer, mas isso não me importa. Tenho orgulho daquilo que dei às pessoas. Já dei quase 1 milhão de libras a instituições de caridade e liguei pedindo para não falarem nada", rememorou.
"Nunca desisti. Só vou ceder quando estiver no caixão. Fora isso, vou continuar a lutar", finalizou.