Emprestado pelo Internacional ao CSKA Moscou, da Rússia, até o segundo semestre deste ano, Moisés vem vivenciando uma experiência diferente no futebol europeu. Lateral-esquerdo de origem, o jogador de 28 anos tem sido utilizado como zagueiro no clube russo e se adaptou bem à mudança.
Desde que chegou, Moisés foi titular em 24 dos 27 jogos que disputou até aqui no futebol russo e registrou um gol e três assistências. E o CSKA, por sua vez, vem embalado por uma sequência de quatro vitórias consecutivas na temporada (em todas as competições), além de ser o finalista da Copa da Rússia, título que não conquista há uma década.
Em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br, o defensor contou os bastidores da sua chegada à Rússia, de como vem se adaptando à nova posição e revelou que contou com a ajuda de um velho conhecido dos tempos de Internacional para se adaptar ao "gelado" país.
Segundo o defensor, apesar de ter atuado durante toda a carreira na lateral esquerda, a zaga não é nenhuma novidade. E Moisés lembrou, inclusive, que foi no Corinthians, sob o comando de Fábio Carille, que teve a primeira experiência na posição. Assim como recentemente no próprio Colorado, com Mano Menezes.
"Realmente venho jogando de zagueiro, estou muito feliz aqui no CSKA. Tem dado certo, estou feliz", começou por dizer.
"No ano ado, eu tive uma conversa com o Mano Menezes, ele veio até a mim, falou que me via com um futuro muito promissor como zagueiro. Eu treinei um mês como zagueiro e fui utilizado contra o Corinthians, 15 minutos durante uma partida. E já tinha treinado também com o Fábio Carille, ele teve uma conversa na época do Corinthians comigo para mudar de posição, mas eu tomei a decisão que queria permanecer na lateral. Foram essas duas experiências antes de estar atuando com frequência como zagueiro", prosseguiu.
Na visão de Moisés, a sua estatura e porte físico foram alguns dos fatores que o ajudaram bastante nesta transição da lateral para a zaga. E, por conta disso, não tem encontrado dificuldades na nova posição.
"O que ajuda muito é a minha estatura, meu porte físico. Minha característica é a força física e por eu ser canhoto também. Aqui nós jogamos no esquema com três zagueiros, e esse ano eu tenho atuado muito como zagueiro pelo lado esquerdo. Nesses últimos jogos, eu atuei como central. Não tenho encontrado dificuldades, mas com certeza no dia a dia o professor (técnico do CSKA) vem me orientando junto da comissão, corrigindo aquilo que eu possa evoluir ou melhorar."
'Fui muito bem recebido' 3r5j4c
Desde agosto do ano ado na Rússia, Moisés falou sobre a adaptação ao CSKA e contou que, apesar de a maioria dos seus companheiros de time serem russos, teve a sorte de encontrar outros brasileiros quando chegou, assim como jogadores de outros países da América do Sul.
E um dos primeiros que estendeu a mão para o defensor no novo clube foi o zagueiro Bruno Fuchs, atualmente no Atlético-MG e que foi seu companheiro no Internacional. Segundo Moisés, o defensor o ajudou com o que precisou logo na sua chegada.
"Eu tive quatro meses com ele aqui. Com certeza me ajudou, antes de ir eu já estava em contato com ele, uma possível vinda para cá na época. Ele me ajudou, falou como era o clube, quando eu cheguei também o que eu precisei ele me ajudou em algumas coisas. Fui muito bem recebido", disse.
Moisés ainda citou outro jogador, mas que fez o caminho contrário: o lateral Mário Fernandes, que deixou a Rússia e foi para o Internacional. E segundo o defensor, o ex-CSKA é até hoje aclamado pelos torcedores.
"O Mário construiu a sua história aqui, jogou Copa do Mundo e tem muita moral aqui no CSKA, tem um baita respeito, pelo seu profissionalismo e também como pessoa. O pessoal fala muito bem dele, torcida tem saudades dele e, claro, que ele deixou uma porta também, assim como outros jogadores brasileiros que tiveram uma linda agem aqui. Isso abriu portas para eu, Fuchs, Vitinho vestirmos a camisa do CSKA"
E Moisés ainda segue cercado de outros companheiros de time que não são russos, como o também brasileiro Willyan Rocha, além do chileno Víctor Méndez, do colombiano Jorge Carrascal e do paraguaio Jesús Medina.
"Nós, estrangeiros, nos damos muito bem, saímos para jantar, eu, Willyan, Carrascal, Medina, Víctor, sempre estamos juntos nos treinamentos, sempre em comunicação, um ajudando o outro. Isso, quando eu cheguei, me ajudou muito. Me acolheram de uma forma muito bacana. Com certeza a gente sempre vive juntos", contou.
"Com certeza fui muito bem recebido por todo o estafe do CSKA, todos os jogadores. A língua é muito difícil, muito diferente, mas aqui tem tradutores de altíssima qualidade, que falam muito bem português, espanhol e inglês, que nos ajudam no dia a dia, nos treinamentos. A minha chegada no verão facilitou um pouco", complementou.
Por último, questionado sobre o seu futuro, Moisés frisou o bom momento que vive no CSKA, mas que, no momento, o seu foco está dentro das quatro linhas. Uma possível permanência na Rússia após o término do empréstimo junto ao Internacional, dono dos seus direitos econômicos, ele deixará para o seu empresário tratar.
"Vim por empréstimo de um ano, com opção de compra. Vivo um grande momento aqui. Desde a minha chegada sempre estive atuando, sempre jogando, agora como zagueiro. Estou feliz aqui, fui muito bem recebido. Fico feliz por esse interesse do CSKA (pela permanência), mas que acho que é tudo um pouco cedo, até porque a gente vive um momento muito importante, uma reta final de temporada. Estou focado em poder ajudar a minha equipe, assim como todos estão focados. Isso eu deixo com o meu empresário e a diretoria do CSKA se resolverem, quando estiver perto do meu empréstimo terminar", finalizou.