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Brasil x Egito nas Olimpíadas já teve duelo de Neymar contra Salah, que era reserva e desconhecido 1o3n5i

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Richarlison faz dois, Brasil vence Arábia Saudita e avança para as quartas de final das Olimpíadas (1:16)

Matheus Cunha fez o outro gol da vitória brasileira por 3 a 1 (1:16)

Adversários nas quartas de final das Olimpíadas de Tóquio, Brasil e Egito se enfrentaram na estreia do futebol masculino nos Jogos de Londres, em 2012. Em 26 de julho, no Millennium Stadium, em Cardiff, o time comandado por Mano Menezes venceu por 3 a 2.

A estrelada equipe brasileira tinha como protagonista Neymar, com apenas 20 anos, que já era o principal astro da seleção brasileira e do Santos. No time egípcio, Mohamed Salah ainda era um mero reserva.

“Ninguém conhecia o Salah. Ele não era um nome comentado e não falamos dele antes do jogo. Não era o foco. Na Europa, ele era um pouco mais conhecido porque jogava no Basel, um time que não está entre os tops da Europa”, disse Sandro, titular do Brasil naquele jogo, ao ESPN.com.br.

O volante, que atuava no Tottenham, era um dos poucos brasileiros que conhecia Salah, pois já tinha jogado contra o atacante, 20 anos à época, que defendia o Basel, da Suíça.

“Eu já via que ele era bom e rápido. E hoje é o cara que virou. Fico muito feliz de ver aonde ele chegou”, comentou.

No primeiro tempo, o Brasil não teve dificuldades para abrir 3 a 0, com gols de Rafael, Leandro Damião e Neymar.

“Entrei com um friozinho na barriga pela estreia com o estádio lotado e um clima especial. Não é um jogo qualquer. Fizemos um primeiro tempo muito bom, ficamos tranquilos e depois demos uma deligada. É como uma Copa do Mundo, não pode errar. São jogos de alto nível e muito abertos. Eram os melhores da idade que estavam por lá e no auge físico”, disse.

Na etapa final, porém, Salah entrou no primeiro minuto e mudou a partida. Depois de Aboutriaka descontar, o atual atacante do Liverpool marcou o segundo gol para os egípcios e complicou a vida dos brasileiros até o final.

“Quase a gente sofreu o empate mesmo tendo uma vantagem bem grande. O clima ficou ruim, parecia que tínhamos perdido o jogo. Os mais experientes do grupo cobraram já que nosso desempenho foi bem abaixo. Foi bom isso ter acontecido logo na estreia porque ligou o sinal de alerta”, contou.

'Prata vale muito' 622l2i

Depois da vitória na estreia, o Brasil chegou invicto até a final, mas foi derrotado pelo México por 2 a 1.

“Nós somos muito cobrados pelo ouro e na Copa para sermos campeões. Às vezes isso atrapalha. Quando levamos o gol do México, gerou um pânico pela cobrança. Temos que lidar melhor com isso e trabalhar mais a cabeça. Nós somos uns dos melhores. Tem que fazer por música, ao natural. A pressão às vezes apaga o coletivo e surge o individualismo de querer resolver. Isso é muito ruim”, disse.

“Foi uma pena que não ganhamos o ouro, mas precisamos valorizar mais a prata. Acho uma cobrança muito negativa. Foi uma frustração. A gente chegou muito bem na final e aconteceu que o México estava em um dia melhor. O espírito olímpico é legal porque valoriza a conquista do adversário e a medalha que conquistamos”, disse.

A inédita conquista do ouro só aconteceria quatro anos mais tarde, no Rio de Janeiro.

“Eu mudei muito meu sentimento sobre a medalha de prata. No começo foi frustrante e olhava com desgosto para ela. Mas no decorrer dos anos, fui fazendo a minha análise e vi que foi ótimo. Eu estava na Europa e via os meus colegas de time que. se ganhassem um bronze, fariam festa no país e outros que nem conseguiram se classificar”.

Com a experiência de quem viveu intensamente os Jogos, Sandro aconselhou os brasileiros a curtirem a competição.

“Morava em Londres, e a Vila Olímpica ficava perto de casa. Sempre que ia ao centro eu via as obras. Tinha o sonho de jogar uma Olimpíada. Não consegui disputar uma Copa do Mundo, mas os Jogos foram maravilhosos. É um evento extraordinário. Infelizmente, não ficamos na Vila Olímpica pela logística, mas visitamos os atletas e tiramos fotos por lá”.

“Espero que o Brasil derrote o Egito e os jogadores possam aproveitar as Olimpíadas. Que eles joguem sem pressão, não pensem no resultado final e se divirtam em campo como se estivessem brincando na rua”.