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Irmão de lateral do Chelsea abre o jogo sobre bastidores que viveu no Cruzeiro e desabafa: 'Fui desrespeitado'

Irmão de Emerson Palmieri, lateral do Chelsea, Giovanni Palmieri saiu chateado com a diretoria do Cruzeiro. O defensor de 31 anos foi contratado pela equipe mineira em julho do ano ado, mas em setembro, foi avisado que não faria mais parte dos planos do clube. Logo em seguida, o jogador foi afastado.

"No fim de 2019, eu rompi o tendão de Aquiles no treino do Bahia e não joguei no primeiro semestre de 2020. Veio a pandemia e atrasou a minha recuperação. Fui voltar a treinar com bola só em junho e já estava em fim de contrato. Chegou uma proposta do Cruzeiro com o Enderson Moreira, que falou: ‘A gente vai te preparar. A gente sabe que você vem de uma cirurgia. Você não veio para ser o titular, vamos te preparar para, aos poucos, você ganhar essa condição’. Aceitei na hora porque é um clube com uma camisa muito pesada e seria uma honra para mim", disse o jogador ao programa "Lente Esportiva".

No entanto, Giovanni afirma que o combinado com Enderson não foi cumprido.

"Em menos de dez dias já estava jogando e pegando sequência de meio de semana e fim de semana. Depois de sete jogos, eles me disseram que não tinha mais condições e que iriam me afastar. Foi um momento muito conturbado. Em menos de dois meses um jogador que seria preparado já não tinha mais condições de atuar", lamentou.

O técnico afirmou à época que a decisão partiu da diretoria, mas o diretor Deivid respondeu, dizendo que a escolha foi do treinador. Após a saída de Enderson, Giovanni foi reintegrado ao grupo, mas quase não entrou em campo com Ney Franco e Felipão.

Ao todo, o lateral-esquerdo disputou apenas oito partidas, marcou um gol e deu uma assistência.

"Quando você faz cirurgia você precisa de um tempo maior para retomar a condição anterior. Não é do dia para a noite. A gente sabe que em time grande a torcida às vezes não tem muita paciência. Mas quem cuida dos clubes precisam ter esse entendimento. Foi uma situação muita atípica de treinar em horário alternativo, ir para a academia e fazer treinos de uma hora ou uma hora e meio. Eu não tinha feito nada, respeitei todos os funcionários e não era o culpado pelas coisas não estarem acontecendo. Um time de futebol não é um jogador, são 26 jogadores além dos que trabalham no dia a dia. Você ser escolhido como se fosse o culpado e ser afastado com outros colegas, como se fôssemos o problema, não consigo entender. Não é porque foi comigo. Se fosse com um companheiro meu, eu não ficaria feliz", desabafou.

Giovanni atribui a situação que viveu aos problemas de organização do Cruzeiro. Logo após sair do clube celeste, ele fez uma postagem no Instagram dizendo que que foi "marginalizado".

"Fiquei calado e só trabalhei, mas no momento que sai resolvi falar. Sou pai de família, tenho um nome e história no futebol. Achei que fui desrespeitado, mas são águas adas e estou focado aqui no trabalho e dar a volta por cima", explicou.

Carreira

Natural de Santos, Giovanni Palmieri é irmão mais velho de Emerson Palmieri, lateral do Chelsea e da seleção italiana.

"Eu sempre o puxava para as peladas de praia e nos clubes onde eu jogava. No começo ele ficava no gol porque era o mais novinho. Ele foi gostando de jogar e me acompanhou. No campo, eu virei lateral, e ele disse que queria ser lateral também. É muito difícil ter dois irmãos jogadores profissionais. A gente se fala todos os dias e ele me dá vários toques do futebol europeu, principalmente na parte tática e do posicionamento de corpo", contou.

Os chegaram a duelar uma vez na Vila Belmiro pelo Paulistão. Emerson fez um gol na vitória do Santos contra o Botafogo-SP, que contava com Giovanni.

Além do time de Ribeirão Preto, Giovanni defendeu Noroeste, Guaratinguetá, Criciúma, Fluminense, Náutico, América Mineiro, Ponte Preta, Bahia e Cruzeiro antes de acertar com o Santo André para o Paulistão de 2021.

"Hoje estou em grandes condições, muito perto da minha melhor forma física. Tenho me cuidado bastante e trabalhando no limite. Logo que acabou a temporada vieram alguns clubes, mas a vitrine que é o Paulistão. Sabemos que todos assistem. Quando o Santo Ande veio, eu não pensei duas vezes".

A equipe do ABC chegou a liderar boa parte do Estadual no ano ado e caiu nas quartas de final para o Palmeiras, fora de casa.

“O clube fez uma grande campanha no ano ado e temos que levar para o lado positivo. É a mesma comissão técnica e tem alguns jogadores que ficaram. Sabemos como é difícil jogar o Paulistão, mas isso nos dá muita confiança para que possamos repetir a campanha ou até melhorá-la", finalizou.