Vendido no final de agosto pelo Corinthians ao Monza, da 2ª divisão da Itália, Carlos Augusto dá seus primeiros os no futebol europeu.
O lateral-esquerdo, que também atua como zagueiro, subiu aos profissionais em 2018 e foi bicampeão paulista.
Titular neste ano com o técnico Tiago Nunes em vários jogos, o jovem se encantou com o projeto da dupla Silvio Berlusconi e Adriano Galliani, que comandou o Milan entre 1986 a 2017 e venceu cinco vezes a Champions League.
Com um investimento pesado desde 2018, o Monza tem grandes ambições: chegar à elite do futebol italiano e brigar com as potências do continente.
Veja a entrevista com Carlos Augusto:
Como você avalia sua agem pelo Corinthians?
Devo tudo na minha carreira ao Corinthians porque ei praticamente metade da minha vida por lá. A gente sabe o quanto é difícil vestir a camisa, mas quem joga na base vem crescendo com essa pressão que existe. O jogador da base é mais acostumado com isso. Quando subi ao profissional foi muito diferente porque tinha muito o que aprender. Só fui ter uma sequência maior de jogos em 2020. Nos primeiros anos tive essa dificuldade por causa de modelo de jogo, velocidade, etc... Todo jogador a por isso e sempre trabalhei para ser um grande jogador.
Quais os momentos mais especiais no Corinthians?
Os jogos mais marcantes foram a minha estreia em jogos oficiais contra o Athletico-PR e o gol que marquei na Chapecoense, em 2019. Mas o momento mais especial foi o Paulistão de 2019 que fomos campeões e joguei o primeiro jogo da final. Eu tinha vencido em 2018, mas não tinha jogado. A gente sabe que é muito bom ganhar no Corinthians, mas quando perde tem uma pressão enorme.
Seu nome foi especulado em vários times. Houve alguma oferta antes do Monza?
O sonho de todo jogador brasileiro é jogar na Europa. Houve muita especulação, mas não teve nada concreto. Quando veio a proposta do Monza eu vi que era um projeto muito grande e bom para mim. Foi o momento certo de sair porque estava jogando bem. Precisava começar a me adaptar e a fazer as coisas na Europa. Quero jogar em grandes times, é claro, mas o Monza abriu as portas e é um grande projeto e um grande clube. Quero honrar esse projeto ao máximo.
Como foi a negociação?
As conversas começaram no início do ano com o Adriano Galliani e o diretor-esportivo do Monza com o meu representante. Demorou um pouco por causa do coronavirus, mas, graças a Deus, deu tudo certo. Estou aqui para dar o meu melhor.
É difícil a adaptação em um lugar novo?
Quando você muda de país pela primeira vez é muito diferente. Nos primeiros meses meu pai ficou aqui comigo para me ajudar na adaptação. No começo foi difícil para me comunicar, mas estudo Italiano todos os dias e em um curto período de tempo já consigo conversar bem e entender o pessoal. O grupo é bom demais e me acolheu super bem.
Você já teve contato com o Berlusconi e o Galliani?
Eles estão sempre presentes nos jogos porque sabem que é importante. São grandes caras que tem uma história imensa no futebol e tenho muito respeito, Eles estão fazendo um grande trabalho e quero retribuir essa confiança que têm em mim.
O Galliani e o Berlusconi têm um histórico pesado em contratar brasileiros no Milan...
Eu sei que eles contrataram grandes jogadores e espero ser mais um brasileiro que deu certo. Estou trabalhado muito para fazer uma grande temporada para ajudar o clube.
Como foi a estreia oficial?
Tinha feito alguns amistosos antes de jogar contra a Triestina pela Copa da Itália. Nós vencemos por 3 a 0 e pude dar uma assistência. Trabalhei para dar o meu melhor e ajudar a equipe. Espero aproveitar todas as oportunidades ao máximo e aprender sobre táticas de jogos. Isso vai me ajudar muito. Sei que posso melhorar ainda na temporada.
Você joga com o Kevin-Prince Boateng. Como ele é?
A comunicação no começo foi um pouco difícil. Mas o cara tem uma história no futebol que respeito muito. É um cara de grupo, super do bem. Cobra todo mundo porque quer vencer e irá nos ajudar muito. È diferenciado e vai dar tudo certo na temporada;
O Monza gastou muito dinheiro na temporada. Como é esse projeto?
O projeto é grandioso para fazer o Monza ser uma das grandes equipes da Itália e da Europa. Tudo feito o a o porque em primeiro lugar precisamos subir para a Série A. Foi por isso que escolhi esse clube. Espero fazer parte da história disso tudo.
Você tem aporte italiano. Pensa em jogar pela Itália?
Eu tenho cidadania italiana e isso me ajuda porque tem limite de estrangeiros no clube. Minha primeira opção será sempre o Brasil e quero vestir essa camisa. Não penso nessa hipótese ainda [jogar pela Itália]. Já joguei um Sul-Americano sub-20 e sei o quanto é bom. Espero um dia, com muito trabalho, vestir a camisa da seleção principal.
Seu técnico é o Brocchi, ex-Milan e Lazio. Como ele é?
Ele tem uma história no futebol e é um grande treinador. Conversa muito com o grupo porque sabe como é um vestiário. Ele quer saber como os jogadores estão. Ele fará um grande trabalho porque temos um elenco muito bom. Esperamos conseguir o o para a Série A.
Qual o estilo de jogo do time?
A gente sai jogando com a bola e cria grandes oportunidades. Isso me ajuda muito porque todo jogador quer atuar com a bola no pé. O estilo de jogo é muito bom e pode dar frutos.
É tranquilo para você atuar como zagueiro e lateral-esquerdo?
Eu era atacante na base (risos). Mas no sub15 virei lateral-esquerdo e no sub20 joguei como zagueiro. Acho muito bom para a minha carreira fazer as duas funções, e gosto de jogar nas duas. Se o treinador precisar, eu faço com toda a vontade. Hoje, jogo mais como lateral, mas se me colocar como zagueiro vou saber jogar. Não tem problema.
Como tem sido a vida com o coronavírus na Itália?
O coronavírus complicou um pouco em tudo. Estou me adaptando bem aqui na Itália. Estou ajeitando as coisas. Daqui uns meses vou estar mais tranquilo. A Itália é um grande país, e Monza é uma cidade bonita que fica perto de Milão. Tem tudo para dar certo.