A vitória por 4 a 1 da Atalanta sobre o Valencia, pela ida das oitavas de final da Champions League, foi uma “bomba biológica” para o surto do coronavírus. Essa foi a definição do prefeito de Bérgamo, Giorgio Gori, em uma entrevista via Facebook.
O jogo ocorreu em 19 de fevereiro e levou mais de 44 mil torcedores ao San Siro, estádio em Milão. A Atalanta não jogo em casa, em Bérgamo, na Champions, devido ao tamanho de seu estádio. E as duas cidades estão na Lombardia, que é o grande foco de contágio na Itália.
Em entrevista ao jornal As, o capitão do Valencia, Dani Parejo, reclamou pelo fato da equipe espanhola ter que ir a campo naquele dia, mas salientou que os atletas "cumpriram suas obrigações".
Na opinião do meio-campista, porém, toda aquela rodada da Liga dos Campeões tinha que ter sido suspensa, já que o coronavírus começava a se alastrar pela Europa.
"Respeito as opiniões dos cientistas (sobre o jogo ter sido uma 'bomba biológica'), mas nós, atletas, só cumprimos com nossas obrigações. Parece fácil falar agora, mas o fato é que talvez aquela rodada da Champions sequer devesse ter sido jogada. Além disso, algo que tenho certeza é que a eliminatória não foi disputada em igualdade de condições, pois, no duelo de volta, não tivemos torcida", afirmou.
"Nesses dias em casa, a gente fica pensando muito nas situações que aconteceram. E poucas pessoas falam dos riscos a que foram expostos os jogadores e os funcionários do clube naquele dia", reclamou.
O confronto de volta, na Espanha, ocorreu em 10 de março com os portões fechados, e a equipe italiana triunfou por 4 a 3, confirmando a classificação às quartas de final.
Coincidentemente ou não, o Valencia teve diferentes casos de coronavírus após o jogo na Itália, sendo que 35% do seu elenco principal ficou infectado, conforme o próprio clube noticiou.