Raí é uma sumidade em Paris. Ídolo do PSG na década de 1990, o ex-meia sempre será reverenciado ao entrar no Parque dos Príncipes e possui a "chave" da Cidade-Luz. Hoje, no entanto, outro clube da capital sa tem toda a atenção do tetracampeão mundial pela Seleção.
Desde 2022 ele é embaixador do Paris FC. O time foi fundado em 1969, mas logo no ano seguinte se fundiu ao Stade Saint-Germain para dar vida ao hoje conhecido Paris Saint-Germain. No entanto, a prefeitura da capital à época não apoiou um clube não-parisiense - Saint-Germain-en-Laye é uma comuna (distrito) -, levando à separação entre PSG e o atual Paris FC em 1972.
O "irmão mais velho" de Paris jogou pela última vez na primeira divisão nacional em 1978-79. Mas essa é a situação da equipe profissional masculina: a feminina vai muito bem, obrigado.
O Paris Football Club Féminines começou em 2017, quando o FCF Juvisy Essonne foi adquirido por Pierre Ferracci, presidente do Paris FC. O Juvisy Essonne era um tradicional clube do futebol feminino, conquistando títulos nacionais nas décadas de 1990 e 2000, mas com uma estrutura quase amadora.
Com o novo dono, o Paris FC deu um salto de qualidade e começou a rivalizar com Lyon e PSG, as principais equipes da Division 1 Féminine. Na última temporada, conseguiu o terceiro lugar e vai disputar a Champions League feminina pela primeira vez sob a direção de Ferracci.
"Fiquei muito feliz de estender essa parceira com o Paris FC. Sou embaixador do clube, estamos fazendo um trabalho para o time masculino subir para a primeira divisão do Francês, e o time feminino reagiu bem ao investimento, já está na Liga dos Campeões, nos melhores níveis", disse Raí à imprensa quando recepcionou a Seleção Brasileira feminina de futebol no CT do Paris FC.
O ex-jogador é mais do que um embaixador: ele possui um cargo de conselho do presidente Pierre Ferracci e ajuda na tomada de decisões do clube.
Com a prioridade de recolocar o futebol masculino na Ligue 1 após mais de 40 anos, o Paris FC possui um orçamento anual de aproximadamente 25 milhões de euros (cerca de R$ 152 milhões). Segundo apurou a ESPN, 20% do montante - 5 milhões de euros ou R$ 30,4 milhões - vai para a equipe feminina, o maior ree dentre os clubes ses.
"Sou embaixador do clube, mas especificamente já trouxe dois novos investidores, nesse ano virá mais um grande investidor para dar condições ao time masculino chegar à primeira divisão, também ajudo com patrocinadores - como a Renault, que fechou conosco - e faço parte de um conselho para pensar no desenvolvimento de médio e longo prazo do clube", explicou.
Questionado quanto à importância do time feminino do Paris FC, Raí afirmou: "Hoje em dia, o que traz de benefício para o clube é difícil de medir... Tivemos 13 mil pessoas em jogos. Estamos vendo a evolução do futebol feminino, não só é em termos de postura, mas de coragem e qualidade do jogo, é impressionante. O que cresceu nas últimas décadas, depois de ser até proibido de se jogar muito tempo, é uma revolução no esporte feminino, especialmente no futebol".