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Vágner Benazzi, ex-lateral do Palmeiras e técnico especialista em os e fugas de rebaixamento, morre aos 68 anos 27395t

Vágner Benazzi comandou a Portuguesa gazeta press

Um dos técnicos mais conhecidos no interior paulista e nas divisões de o do futebol brasileiro, Vágner Benazzi faleceu na madrugada desta segunda-feira (22), aos 68 anos. Ele será velado e sepultado em Osasco-SP, sua cidade. O ex-treinador enfrentava problemas de saúde há alguns anos, mas a causa da morte não foi divulgada pelos familiares.

Nos tempos de jogador, Benazzi atuou como lateral-direito entre os anos 70 e 80 por times como Palmeiras, Portuguesa, Sampaio Corrêa e Juventude.

Após pendurar as chuteiras, começou a carreira como treinador no final da década de 80 e se consagrou como um especialista em subir times de divisões e evitar rebaixamentos. O comandante conseguiu os por Portuguesa, Figueirense, Criciúma e Taquaritinga-SP.

Ele treinou equipes em quase todas as regiões do Brasil como Bahia, Vitória, Paysandu, Portuguesa, Botafogo-SP e Santo André. Seu último trabalho foi no Comercial-SP, em 2016, no qual disputou a Série D do Brasileiro e a Série A3 do Paulistão.

Entre os muitos títulos que conquistou, Benazzi faturou os campeonatos Cearense, Catarinense, Brasiliense, Série B do Brasileiro e as Séries A2 e A3 do Paulistão.

Em 2016, ele concedeu uma divertida entrevista ao ESPN.com.br contando seus métodos peculiares de trabalho.

"A primeira coisa que faço quando chego a um clube é 'blindar' o vestiário, só entra quem é realmente de lá: jogadores, comissão e diretores. Quando eu entro no vestiário e vejo que os caras estão pilhados e querem até entrar antes no gramado, eu penso: 'ganhamos o jogo'. Daí eu acelero o pessoal e já fazemos gols logo no começo da partida, aí ninguém consegue segurar", disse.

Além disso, ele pedia para os jogadores darem uma "segurada" na vida noturna. Para isso, conta com a ajuda até das esposas dos atletas.

"Quando chego em um clube numa situação de ter que salvar, vou logo conversar com a família e as mulheres dos jogadores, porque elas podem segurar os caras para darem uma maneirada. Depois disso, sempre fica mais fácil", assegurou.

Em sua agem pelo Botafogo de Ribeirão Preto, em 2012, ele conseguiu salvar a equipe do rebaixamento para a Série A2 do Paulista com uma milagrosa vitória por 2 a 1 sobre o Guarani (que seria finalista), na última rodada, com um gol quase nos acréscimos.

"O time estava com uma campanha muito ruim, mas encarei com as duas mãos e entrei com tudo. Cheguei na primeira conversa com os jogadores e falei: 'Tem coisas que não cabem no futebol e, se vocês fizerem, não vão chegar a lugar algum'. Eles perguntaram: ‘O que são, professor?'. Eu respondi: 'dormir depois da novela das 21h. Vocês têm que dormir até umas 22h30, no máximo (risos)! E não adianta mentir! Quando vocês chegarem ao treino, eu estarei atento para isso. Se quiser um lugar no time titular, tem que cuidar da parte física, não adianta se aplicar nos treinos e continuar perdendo. Não quero ninguém aqui no dia seguinte com bafo de cachaça, nem cara de que foi para a balada'. Eu peço uma vez e o plantel faz aquilo, porque o jogador que fizer terá lugar no time e irá ultraar aquele que não está se cuidando", contou.

Benazzi revelou que se considerava um treinador à moda antiga.

"Eu ainda me considero um 'boleirão'. Aprendi muito com o Daltron Menezes, técnico gaúcho, que me ensinou tudo sobre futebol. Eu gosto de centroavante de área, daqueles que atormentam a vida dos zagueiros e, se uma bola sobrar, ele guarda. Os caras me chamam para fazer palestra no sindicato (dos treinadores), mas eu já aviso: ‘Se for para não falar palavrão, eu não vou'. Quem não fala palavrão no futebol não quer que o jogador escute . Só com palavrão que ele te olha", observa.

Times como Portuguesa, Figueirense e Avaí prestaram homenagens ao ex-técnico.