Willian 'Bigode', atacante do Fluminense, se pronunciou pela primeira vez após o vazamento de um golpe milionário envolvendo o lateral-direito Mayke, do Palmeiras, e o meia Gustavo Scarpa, do Nottingham Forest.
Nesta segunda-feira (13), o jogador gravou um vídeo nas redes sociais para se defender das acusações. Mayke e Scarpa perderam quase R$ 11 milhões em um investimento em criptomoedas, feito em maio do ano ado em uma empresa indicada pela consultora de planejamento financeiro WLJC, que tem Willian como um dos proprietários.
O atacante, no entanto, disse que não é dono e nem sócio da empresa, já que também perdeu muito dinheiro no negócio. A versão é praticamente a mesma da nota oficial divulgada pelo mesmo Willian há três dias, quando o jogador aponta que perdeu R$ 17,5 milhões no mesmo investimento.
"Fala, pessoal, boa noite. Estou relutando para poder gravar esse vídeo, mas quero pontuar e deixar claro algumas coisas. Primeiro dizer que a WJLC é uma empresa de gestão financeira. Não é uma empresa de investimentos, não é uma corretora", afirmou Willian.
"Não sou dono e nem sócio da Xland e muito menos golpista, até porque não peguei dinheiro de ninguém. Sou vítima porque até hoje não recebi meu recurso", continuou o jogador.
"E o mais doloroso, constrangedor e triste é ver e ouvir mentiras e calúnias. Mas a minha equipe de advogados está tomando todas as medidas cabíveis", completou Bigode.
A manifestação de Willian é consequência do caso que fez até Gustavo Scarpa voar da Inglaterra para o Brasil para dar andamento às investigações sobre o seu caso.
A agem de Scarpa durou apenas algumas horas nesta segunda-feira (13). A chegada do meia coincide com a notícia de que Willian "Bigode", que também está envolvido no caso, conseguiu desbloquear suas contas na Justiça.
A decisão foi tomada pelo juiz Danilo Fadel de Castro, da 10ª Vara Cível de São Paulo, e publicada nesta segunda (13) no Diário da Justiça Eletrônico do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), como mostrou a ESPN.
Willian teve seus bens bloqueados após pedido de Scarpa, seu ex-companheiro de Palmeiras, como consequência do golpe milionário envolvendo criptomoedas que fez o hoje jogador do Nottingham Forest perder mais de R$ 6 milhões - de acordo com Scarpa, esse era praticamente todo o seu patrimônio.
Entenda o caso 9b5f
As empresas que receberam investimento de Mayke e Scarpa prometiam retornos de 3,5% a 5% ao mês nos investimentos. No entanto, quando os atletas tentaram resgatar o dinheiro, não tiveram sucesso. Dessa forma, eles procuraram a Justiça para reaver as quantias e rescindir os contratos.
A notícia foi dada primeiramente pelo programa "Fantástico", da TV Globo, e confirmada pela ESPN, que teve o aos processos que Mayke e Scarpa movem contra três empresas. São elas:
Xland: "Por não realizar o pagamento no prazo determinado no contrato e não fornecer qualquer notícia acerca do dinheiro investido, tampouco realizar os pagamentos e devolução do valor"
WLJC: "Por ter indicado os serviços e ainda atuar como parceira comercial atraiu a responsabilidade solidária e deve responder, igualitariamente, pelos danos causados"
Soluções Tecnologia Eireli: "Por ser a responsável pelo recebimento e transformação da moeda corrente para criptomoedas, age em parceria com a ré Xland e deve responder pela devolução e ressarcimento"
O processo de Scarpa corre na 10ª Vara Cível de São Paulo. O meio-campista alega que o prazo para a devolução do dinheiro era 19 de agosto do ano ado, o que não ocorreu. Com isso, ele pede a rescisão dos contratos assinados e o ressarcimento dos R$ 6,3 milhões investidos.
Já o caso de Mayke está na 14ª Vara Cível da capital paulista. Ele também pede as rescisões contratuais e a devolução de seu investimento de R$ 4.583.789,31, o que deveria ter sido feito em 12 de outubro de 2022.
O lateral-direito ainda exige o pagamento de R$ 3.250.443,30, que seria a rentabilidade do período, dando um valor total à causa de R$ 7.834.232,61.
Nas duas ações, os jogadores ainda pedem à Justiça que "seja realizado bloqueio e arresto de valores depositados em contas bancárias, bens móveis e imóveis, ativos financeiros alocados em agências de exchanges de criptomoedas, corretoras de valores, dentre outros bens possíveis e íveis de penhora em nome das rés", a fim de "resguardar o integral cumprimento" dos valores devidos.
De acordo com fontes ouvidas pela ESPN, Willian prestou depoimento à polícia na investigação e disse também ser vítima. Ele afirmou que perdeu R$ 17,5 milhões no caso.
A reportagem ainda apurou que Scarpa e Mayke não foram os únicos atletas prejudicados pelo golpe, já que outros jogadores, tanto de Palmeiras quanto de Fluminense, também levaram prejuízos no esquema. Todavia, Scarpa e Mayke, até o momento, foram os que decidiram ir à Justiça para reaver os investimentos.