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Carille explica fala sobre Tolima e vê 'críticas exageradas' no Santos: 'Em alguns momentos, a torcida não jogou com a gente' 3g1o2k

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De saída do Santos, o técnico Fábio Carille foi direto sobre as críticas da torcida ao longo da campanha vitoriosa na Série B. E, em alguns momentos, considerou que elas foram exageradas.

Em entrevista ao canal do André Hernan, no Youtube, o treinador também explicou a sua declaração na coletiva após a derrota por 2 a 0 para o CRB, na Vila Belmiro, citando o momento de pressão vivido no Corinthians em 2011, durante a queda para o Tolima na pré-Libertadores

 

"(As críticas da torcida foram) exageradas, em alguns momentos não jogaram com a gente. Por exemplo, estávamos liderando contra o Vila Nova, viramos o jogo, o Vila ainda com chance, saímos do campo, eu e alguns jogadores vaiados. Calma, criamos, teve bola na trave do Giuliano, teve lance do Guilherme, três ou quatro chances que não fizemos no primeiro tempo, fazendo um jogo consistente, de Série B, lutando pela liderança, saímos todos vaiados. Jogadores muito chateados. No segundo tempo fizemos três gols, ganhamos o jogo. Sei que nos últimos anos não foi fácil para o torcedor santista, a gente também tem que entender isso, mas acho exagero, não só comigo como com os atletas, principalmente durante o jogo. No intervalo do jogo, a gente brigando pela liderança, saindo debaixo de vaias, é algo que achei que foi demais", começou por dizer. 

Em relação à derrota para o CRB, no jogo onde o Peixe levantou a taça da Série B, Carille considerou justas as críticas da torcida, que vaiou bastante Carille, inclusive com xingamentos. 

"Não tiro a razão da torcida nesse último jogo. A preparação não foi legal, principalmente depois do empate do Novorizontino com o Paysandu, foi uma festa na hora do jantar, estávamos jantando, o jogo começou às 17h e terminou às 19h, ficaram todos ali na televisão, ali foi um alívio. No dia do jogo (contra o CRB), CT diferente, até o Clodoaldo estava jantando com a gente e falou 'Fábio, para o jogo de amanhã, é melhor o Novorizontino ganhar ou empatar?'. Eu falei 'para o jogo de amanhã, é melhor ganhar'. (Para o Santos) pelo menos empatar, a atitude seria diferente. Eu vi uma manhã diferente, na preleção que faço sempre antes do almoço, tentei acordar 'vamos'. Mas sabe quando os caras estão olhando 'já deu, professor'. Os primeiros minutos do jogo muita gente indo buscar a bola no pé do zagueiro, aquele jogo de fim de ano. Eu, e quem trabalha comigo, diretoria, tem que entender todo esse processo. Mas ontem o torcedor tem toda a razão, jogo contra o CRB, o torcedor tem toda a razão. Eles queriam levantar a taça com uma vitória", disse. 

Carille ainda explicou a fala sobre "pressão" em que citou o rival Corinthians e disse que, na verdade, ele citou o ocorrido no calor do momento, mas tem a consciência tranquila de que não quis comparar a torcida do Timão com a do Peixe. 

"Eu falei de um fato, não comparei torcida. Falei de um fato, do Tolima, aquilo ali, sim, foi (pressão). Perder para o Tolima uma classificação de pré-Libertadores, não falei de torcida maior que essa ou menor, falei de um fato, aquilo, sim, foi a maior pressão que eu vi no futebol, aquela. Independentemente de tamanho, longe disso, essa não foi a questão, foi de um fato que eu vivi, eu estava dentro do clube (Corinthians) no momento e foram dias terríveis. Nada de diminuir essa, aumentar, eu com o torcedor ando pela cidade com um respeito enorme no dia a dia, estou muito feliz em Santos. Longe de comparar torcida, só quis relatar um fato que eu vivi", afirmou. 

 

"Eu estou muito consciente do que eu quis falar... Eu poderia ter falado de 2021, foi muito maior (a pressão), da própria torcida do Santos. A gente perde um jogo para o América-MG em casa, parecia que a Vila iria para o chão, foi pesado. O Jean é expulso no finalzinho do primeiro tempo, uma confusão, mas ali na cabeça fui lembrar de um fato, lembrei de um fato e já falei. Mas nada de comparar, longe disso", disse. 

Por último, o treinador ainda lembrou das especulações de que teve uma oferta para voltar ao Corinthians nesta temporada e abriu o jogo, negando qualquer proposta oficial do Timão, que contratou Ramón Díaz. 

"Hoje é algo que eu não me arrependo, mas eu trago como aprendizado. Mas ali juntos com o Paulo (Pitombeira, empresário), que caminho vamos fazer, não tinha nada oficial, nada para eu chegar 'agradeço o Corinthians, mas eu vou continuar no Santos'. Daqui a pouquinho o Corinthians solta uma nota 'não fomos atrás do Fábio', ainda me o por mentiroso. Realmente, eu junto com o Paulo, não fala nada, deixa rolar. Hoje eu penso que a gente poderia ter agido diferente. Eu não me arrependo, trago como experiência e aprendizado, mas realmente não chegou nada para eu me posicionar. A partir daí houve a mudança da torcida comigo, nem quando nós tivemos as quatro derrotas no primeiro turno, quando machucaram João Paulo, Gil, (João) Schmidt, Julio (Furch), Pedrinho e Guilherme, no mesmo momento fiquei sem esses seis jogadores, a gente sentiu, nem naquele momento foi tanta pressão, não foi a maior pressão", afirmou. 

"Depois desse momento, que foi um jogo contra o Ceará lá, foi uma novela, Carille, Corinthians, Ramón (Díaz)...Falaram até que o meu filho já tinha pedido para sair da escola, e era um período de férias, nem aqui ele estava, estava na casa dos meus pais em Sertãozinho. Vão acordando, soltando, e fica você de frente para tudo isso sem saber. Não chegou nada, nada oficial. Nada (Augusto Melo nãp me ligou), a não ser que ligou para o Paulo (Pitombeoira). Acredito que teve alguma busca, sondagem, mas não ou disso. Oficial não chegou nada", disse, antes de finalizar. 

"Algo que eu sempre ouvi e acredito: você só pode se posicionar a partir do momento que você tem algo e todas as propostas são para serem ouvidas. Propostas são para serem ouvidas, até por respeito. Vem o Flamengo, Atlético-MG, não sei quem, até por respeito. É o meu jeito de ser. A partir daí você toma decisões. Claro que ficou muito na minha cabeça, mas continuei o meu trabalho. Graças a Deus que foi um período de vitórias aqui (no Santos)."

Próximos jogos do Santos: 361y68

  • Sport (F): 24/11, às 18h30 (de Brasília) - Série B

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