Ex-Flamengo conta como foi jogar (e fazer gol) em campeonato europeu que não parou pelo coronavírus 393l6q

Belarus é um dos poucos países do mundo onde o futebol não parou por causa da pandemia de coronavírus. 16502s

Na estreia do Campeonato Bielorusso, na quinta-feira (19/03), o brasileiro Gabriel Ramos fez o gol da vitória do Torpedo Zodino por 1 a 0 sobre Shakhtyor Soligorsk, aos 46 minutos do segundo tempo. A partida teve a presença de 1.453 torcedores.

O jogador com agens por Bahia, Flamengo e Cuiabá, foi contratado pelo Torpedo depois de se destacar pelo Dinamo Batumi, da Geórgia.

“Foi meu primeiro jogo no clube. Cheguei aqui há apenas 18 dias. Os jogadores me receberam muito bem, galera gente boa e me senti à vontade. Pude fazer o gol da vitória e me dar esse presente, já que hoje é meu aniversario”, disse Gabriel, ao ESPN.com.br.

O brasileiro conta que o país do leste europeu não tem adotado as práticas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde.

“Eu procuro ficar mais no alojamento do clube e só saio para comer. Mas a vida segue normalmente. A população está andando nas ruas e trabalhando. Eles estão se prevenindo. O clube botou álcool gel em todos os lugares do CT e manda a gente lavar as mãos o tempo todo”, afimrou.

“Minha família e meus amigos ligam todos os dias e perguntam como está a minha situação. Eu digo que está sob controle, que estou ficando em casa e me prevenindo. A rotina não mudou de treinos, concentração e jogos."

Sem previsão de interrupção, o torneio tem várias partidas marcadas para o final de semana.

“Na minha opinião teria que parar. Mas creio que a federação e o presidente têm o controle de toda a situação. Eles devem estar pensando no próximo”.

Em entrevista à TV estatal do país, Aleksandr Lukashenko , que preside a nação desde 1994, recomendou que a população beba vodka para "envenenar" o novo coronavírus.

“Cheguei a ler sim o que ele falou. Eu achei engraçado, mas não sei como isso repercutiu entre a população porque não sei falar ainda o idioma deles", contou.

Carreira 4x2w1k

Gabriel Ramos começou no futsal e no futebol em Campos de Goytacazes-RJ. Depois, foi aprovado em um teste na base do Bahia, no qual permaneceu por cinco anos.

Além de defender as seleções de base, ele foi campeão da Copa Nike no Brasil e terceiro lugar na etapa mundial, além de jogar a Copa São Paulo.

Assim que o contrato com o time de Salvador acabou, ele foi para o Flamengo, em 2017.

“Eles tinham tentado minha contratação em 2014, mas não deu certo. Todo garoto quer jogar no Flamengo. Foi uma decisão difícil, mas a proposta era muito boa e ia ficar mais perto de casa”.

Ele jogou o primeiro ano pelo sub-20 do Flamengo - ao lado de Léo Duarte e Lucas Paquetá - e foi emprestado no ano seguinte para jogar como profissional pelo Cuiabá, no qual venceu o Estadual.

“Meu e não era 100% do Flamengo, que deu prioridade para outros garotos. O clube estava contratando muitos jogadores. Não era minha vontade sair, mas não teria chances”, contou.

Ao voltar para a Gávea, ele soube que não seria aproveitado no profissional e foi levado por um empresário para fazer um teste no Gent, da Bélgica. Depois, ele foi para Letônia, mas sofreu uma apendicite no quarto dia no país.

“Tive que operar com urgência e voltei ao Brasil por dois meses para me recuperar. Depois, fui para o Dínamo Batumi, da segunda divisão da Geórgia, em julho de 2018”, contou.

Gabriel conseguiu se adaptar rapidamente ao país e obteve o o para a elite georgiana. Após uma temporada e meia, ele recebeu o convite para ir ao Torpedo Zodino, de Belarus.

“A comunicação em campo é difícil, mas no geral a gente aprende o básico. Só tem um jogador que fala inglês. O russo é bem difícil de aprender”.